"Aquecimento Global", um olhar mais crítico para esse fenômeno.
Entre os principais resultados da Rio 92, está o documento da Agenda 21, um roteiro para países, estados e cidades de como crescer e ao mesmo tempo resolver problemas ambientais e sociais, orienta por exemplo como conter a poluição das indústrias e tratar a água. A partir daí vários países passaram a incluir a proteção ao meio ambiente como política pública e a assumir metas internas de proteção ambiental.
Mesmo com todas as propostas de conter a degradação ambiental, o desmatamento continuou acelerado em todo o planeta, principalmente motivado pela necessidade de aumentar a produção em uma competição comercial a nível global. A percepção de que haveria gastos na adoção das ações de proteção ao meio ambiente desmotivou nações a efetivar parte dos objetivos assumidos.
Durante a Rio 92, foi criada a Convenção do Clima, que estabelecia metas de redução das emissões de gases de efeito estufa. Em l997, foi fechado o Protocolo de Kyoto, tratado global que fixou metas de redução das taxas de emissões de carbono. No entanto, os Estados Unidos, maior emissor de gases que provocam o aquecimento global, se recusaram a ratificar o compromisso.
Segundo ambientalistas, pouca coisa mudou desde a Rio 92 e Rio +20 em relação à questão ambiental, houve pouca pratica de ações efetivas em todo o planeta, há ainda muita desigualdade de práticas sustentáveis. Segundo o IPCC as ações humanas são provavelmente a maior responsável pelo aquecimento global nos últimos 50 anos e que os efeitos desta influência se estendem a outros aspectos do clima, como elevação da temperatura dos oceanos, variações externas de temperatura e até padrões de vento.
Para o IPCC, os países poderiam diminuir os efeitos maléficos do aquecimento global estabilizando em um patamar razoável as emissões de carbono até 2030 e isto custaria 3% do PIB mundial. Já em contra partida, em Julho de 2001 o Protocolo de Kyoto abrandou o cumprimento das metas previstas, através da criação dos “sumidouros de carbono”, segundo essa proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem naturalmente o C02, poderiam usar essas florestas como crédito em troca do controle das suas emissões. Assim os países desenvolvidos, os maiores emissores de CO2, poderiam transferir parte de suas indústrias mais poluentes para países onde os níveis de emissão é baixo ou investir nesses países como parte de negociações na qual uma política de desenvolvimento limpo tem sido proposta com o nome de Implementação Conjunta, nela os países desenvolvidos podem implementar projetos negociados bilateralmente com os países em desenvolvimento.
Essa política tem levado muitos países pobres a diminuírem a sua cota de produção de alimentos para poderem produzir os agrocombustíveis, um exemplo disso é a “Republica da Soja”, esta se refere a uma área de aproximadamente cinquenta milhões de hectares englobando o norte da Argentina, Sul do Brasil, Paraguai e leste da Bolívia onde centenas de milhares de pequenos agricultores foram expulsos deixando de produzir alimentos para dar lugar para as plantações de soja utilizada na produção do agrocombustivel.
Podemos notar que mais uma vez a face do capitalismo predador é desnudada e ainda questões agravantes como a utilização de fertilizantes que podem ter um efeito de 10 a 100 vezes mais impactantes para o aquecimento global, a utilização da água que para produzir um litro de etanol são necessários cinco litros de água para irrigação com a produção de treze litros de água residuária é descartada no ambiente gerando poluição da águas pluviais e subterrâneas já apresentam efeitos impactantes
Diante do que foi exposto, podemos afirmar que as ações propostas pelo Protocolo de Kyoto tais como: reformar os setores de energia e transportes; promover o uso de fontes energéticas renováveis; eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção; limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos; proteger florestas e outros sumidouros de carbono tem sido de alguma forma respeitada, porém é muito fácil transferir a responsabilidade daqueles que mais poluem para terceiros, no caso esses terceiros surgem mais uma vez na figura dos países pobres, dominados por um sistema no qual o capitalismo mais uma vez apodera-se do modo gerador de lucros para manter sua estrutura dominadora. Pensemos nisso!
Texto produzido pelo Grupo Geoline.